28 de dez. de 2010
13 de dez. de 2010
[VIDEO] Carols - Por que não (Senso Incomum II)
Escrito por Arte e Rua Coletivo 0 Pitacos
Marcadores: Acervo Arte e Rua Plugado, Bandas, música, Produção Fonográfica, Shows, vídeos
20 de out. de 2010
18 de out. de 2010
[AÇÃO] Senso Incomum II
Escrito por Digu 0 Pitacos
Marcadores: ação, Acervo Arte e Rua Plugado, anarquia, Fotografia, música, Música Eletrônica, Rock, Shows, trabalho
16 de out. de 2010
[VIDEO] Hardcore Contra a Fome
Data: 10 de outubro de 2010
Imagens e Edição:
Digu Hang
Audiovisual:
Electron Bean
www.youtube.com/eletronsbeanrecords
Escrito por Digu 0 Pitacos
Marcadores: Acervo Arte e Rua Plugado, Bandas, Hardcore, vídeos
15 de out. de 2010
[AÇÃO] Ressurge o Anarquismo em Porto Rico
Um coletivo anarquista marchou durante a manifestação realizada em 18 de julho de 2010, onde milhares de manifestantes se mobilizaram para protestar contra o governo.
Para parte das pessoas que estavam presentes foi a primeira vez que vimos um grupo de anarquistas agrupados num coletivo, marchando junto à multidão, agitando a bandeira vermelha e preta e exibindo uma impressionante faixa onde podíamos ler seu nome: Ação Libertária.
Desde o ano passado e no transcorrer deste, em diferentes locais de Río Piedras podíamos encontrar cartazes que anunciavam debates sobre o anarquismo. Também em algumas manifestações de protesto se podia ver um indivíduo solitário agitando a bandeira, ou quando mais, duas ou três pessoas o acompanhando.
O anarquismo depois da greve
Não é por acaso que o grupo anarquista Ação Libertária tenha sido formado justamente no processo grevista da Universidade de Porto Rico (UPR). Durante esse processo estudantes simpatizantes do anarquismo no campus de Río Pedras se encarregaram de realizar debates, formais ou informais, sobre o tema. Também exibiram filmes, e alguns livros sobre anarquismo circularam de mão em mão.
Além disso, a forma horizontal de organização e a ênfase na democracia participativa que foi promovida durante todo o processo, assim como a autogestão e a falta de um organismo central que desse direção (ordens) ao movimento estudantil, são características próximas à filosofia anarquista que de alguma maneira ou outra foram colocadas em prática por trás das portas da universidade tomada. É claro que a greve não foi uma “greve anarquista”, mas com certeza foi posta em prática, de forma consciente ou inconsciente, muitas de suas idéias, ajudando na consolidação do coletivo.
Com a formação do Ação Libertária, grupo composto por estudantes da UPR e de outras instituições universitárias, surge uma nova alternativa de luta social, uma mina ideológica e filosófica que ainda não foi explorada em Porto Rico. Entretanto, o ideal anarquista, como toda filosofia política esboçada na era industrial do século XIX, enfrenta o desafio de se adequar à realidade local e encontra sua relevância no contexto pós-industrial que se vive hoje.
Outro problema para o anarquismo: a desinformação local com respeito a esta filosofia e a distorção histórica que sofreu a palavra anarquia.
A problemática sobre a desinformação ou a falta de atenção a esta filosofia foi abordada recentemente por vários membros do Coletivo que foram convidados a participar do Agenda de Hoje, programa de rádio da jornalista Norma Valles na Rádio Universidade de Porto Rico. Ali o/as ativistas questionaram o fato de que inclusive dentro dos cursos de história, sociologia e filosofia das universidades do país, onde se discutem textos como o Manifesto Comunista de Karl Marx, o tema sobre o anarquismo seja passado por alto.
Pelo fato mesmo desta discussão ter sido realizada às quatro da tarde pelas ondas de rádio da 89.7 FM, indica que a informação sobre o anarquismo começou novamente a se difundir.
O anarquismo em Porto Rico
O anarquismo, também chamado de socialismo libertário, não foi inexistente em Porto Rico. Rubén Dávila Santiago, em seu livro A Demolição das Muralhas – Origens Intelectuais do Socialismo em Porto Rico menciona que na Ilha o socialismo libertário foi a primeira expressão ideológica do socialismo.
Segundo Jorell, membro do Ação Libertária e vocalista da banda punk Anti-Sociales, durante a greve do jornal O Mundo houve uma ativa participação da União de Socialistas Libertários. Jorell, que há um ano investiga sobre o anarquismo em Porto Rico, aponta também que paralelamente existiam, dentro do contexto da Universidade de Porto Rico, outros grupos de tendência libertária como, por exemplo, o Oficina Libertária Luisa Capetillo e o Círculos de Estudos Alicia. Também mencionou que no começo do século XX em Porto Rico existiu uma grande produção literária, jornalística e de propaganda com intelectuais orgânicos como Venancio Cruz, José Juan López, Ángel Ma. Dieppa e Juan Vilar.
Em Porto Rico o Coletivo o Turbilhão, grupo de presença eminentemente virtual, produziu textos críticos desvinculados da retórica e propostas dos grupos da esquerda tradicional. Em um desses escritos, intitulado Carta à Sociedade: Tempos de Sublevação, o coletivo propõe:
Uma sociedade verdadeiramente livre onde a cooperação, a ajuda mútua e a solidariedade sejam os paradigmas regentes. Queremos um Porto Rico que esteja além do direito e do Estado, que pense em termos de amor e compromisso mútuo. Enquanto o Estado (liberal-burguês) promove a divisão e a repressão, o domínio de uma oligarquia excludente somente nos leva a mais tragédias como a de 21 de agosto. A sociedade situacionista antropofágica é uma em que todos e todas colaboramos com respeito e responsabilidade com a meta de alterar substancialmente as estruturas hierárquicas do liberalismo e do capital.
Por Joel Cintró Arbasetti
Blog Sementes Libertárias: http://semillaslibertarias.blogspot.com/
Tradução > Marcelo Yokoi
agência de notícias anarquistas-ana
a lua nos espreita
e toca, com seus braços
a alma
Wnors
Escrito por Arte e Rua Coletivo 0 Pitacos
Marcadores: ação, anarquia, Direitos Humanos
13 de out. de 2010
[VIDEO] Hardcore Contra a Fome
Data: 10 de outubro de 2010
Imagens e Edição:
Digu Hang
Audiovisual:
Electron Bean
www.youtube.com/eletronsbeanrecords
Silêncio do Caos (Teresópolis-RJ)
http://www.myspace.com/silenciodocaos
Escrito por Digu 0 Pitacos
Marcadores: Acervo Arte e Rua Plugado, Bandas, Direitos Humanos, Hardcore, Rock, vídeos
9 de out. de 2010
[VIDEO] Mundo Ácido (Senso Incomum I)
Escrito por Digu 0 Pitacos
Marcadores: Bandas, Produção Fonográfica, vídeos
5 de out. de 2010
4 de out. de 2010
[AÇÃO] Boicote Eleitoral
Numeros do Nova Democracia
Assim como a cada quatro em quatro anos, ou a cada dois em dois anos somos convocados a votar, temos a obrigação de escolher os senhores que vão nos explorar. E isso é fato, porque podemos ver que passa ano, e as coisas continuam as mesmas. As dificuldades apenas pioram, e quando melhoram, são apenas temporariamente, para nos iludir e enganar.
Para que esse sistema continue parece que é o melhor possível. Mas na verdade sabemos que não é!
Cada eleição que passa aparece políticos contando histórias, prometendo de tudo, ou até fazendo ajudas pessoais para serem eleitos. As vezes até acontece brigas. Além de emporcalharem a cidade toda com seus matérias de campanha. Porque isso é muito viável financeiramente, porque os melhores salários e condições de vida estão dentro da política. Eles ganham salários enormes para auxiliarem aos patrões, chefes, etc, a burguesia como um todo a nos explorarem.
Os políticos têm salários em média de 100 mil reais contando com todos os benefícios. Nos trabalhadores conseguiríamos juntar isso em mais um menos 20 anos recebendo um ou dois salários mínimos. O que precisamos trabalhar anos para conseguir, eles conseguem em um mês sendo parasitas de nosso trabalho, esforça, suor, para mantermos nossa sobrevivência e de nossas famílias, passando por todas as dificuldades do mundo.
Não aparece nenhum político dizendo que vai diminuir seus próprios salários, suas ajudas de custo. Mas fazem lei para piorar a qualidade de vida dos trabalhadores pobres, os proletários. Um exemplo são os planos de austeridade que abarcam toda a Europa, sem contar as crises, que trazem efeitos péssimos para a população. Porque os ricos (poderosos e burgueses) se ajudam mutuamente para exercer o domínio social. E apenas quem passa por essa dificuldades é quem sabe o que é passar fome, frio, trabalhos sub-humanos, péssima qualidade de transporte, saúde. Podemos concluir que dentro da esfera governamental e social tudo vai mal para nós proletários, e tudo vai ótimo para eles. Porque enquanto estiverem no poder nossos problemas não serão solucionados.
Nesse primeiro turno houve campanhas de boicote eleitoral em todos os estados. Pequenos grupos que se rebelaram e romperam com esse sistema de exploração. Vem a salutar suas lutas que vem as eleições com ilusão. Porque nosso sonho, o pensamento de uma sociedade igualitária e sem classes estão além do Voto! Além deste sistema! E dos políticos. Observamos que é um numero considerável de pessoas que negaram essas eleições. A classe está se fortalecendo no sentido de romper com o sistema. Por mais que seja difícil por causa de todo tipo de isolamento que a burguesia nos colocam , ou trabalhos desgastantes e que no final do dia não conseguimos fazer muita coisa. E quando temos um final de semana queremos um pouco de sossego ou relaxar, vendo televisão, jogo de futebol, ir o shopping, ou ir para barzinho ou uma balada. Sendo assim pensarmos que essas poções de ilusões são as nossas únicas saídas.
Estamos retomando de um sono, os slogans de liberdade e igualdade que a democracia nos colocou, mas estamos percebendo que ela é a ditadura dos patrões, veio apenas para nos desarmar, e desarmar a nossa classe para que eles vencessem a luta.
Estamos lutando contra isso. Apesar de todas as dificuldades uma parte da sociedade tem repudiado os político e os patrões. Devemos repudiar o sistema, o capitalismo. E lutarmos pelas lutas diretas e pela autonomia da nossa classe para que conquistemos uma sociedade sem classes e sem exploração.
Proletário Uniu-vos mais uma vez no segundo turno!
Viva a luta!
Nossa luta vai alem do voto! Acreditem!
Vamos construir nossa sociedade!!!
FONTE: jornal A Nova Democracia
http://www.anovademocracia.com.br/
Números de 2010-10-04
? Votos válidos101.671.275
? Nulos6.126.042
? Abstenções24.719.614
? Brancos3.481.862
? Total de eleitores136.004.825
Soma das Abstenções, nulos e brancos: 34.327.518.
Esses são os dados dos anos anteriores e os deste ano.
3 de out. de 2010
[AÇÃO] O que é votar?
Em época de eleições é sempre bom lembrar o texto clássico de Elisee Reclus, escrito ao final do século XIX mas VIVO, muito VIVO nos dias de hoje. Vamos fazer a DEMOCRACIA DIRETA com autonomia e poder popular. TUDO o que pode ser dito a respeito do sufrágio pode ser resumido em uma frase: Votar significa abrir mão do próprio poder. Eleger um senhor, ou muitos senhores, seja por longo ou curto prazo, significa entregar a uma outra pessoa a própria liberdade. Chamado monarca absoluto, rei constitucional ou simplesmente primeiro ministro, o candidato que levamos ao trono, ao gabinete ou ao parlamento sempre será o nosso senhor. São pessoas que colocamos “acima” de todas as leis, já que são elas que as fazem, cabendo-lhes, nesta condição, a tarefa de verificar se estão sendo obedecidas. Votar é uma idiotice. É tão tolo quanto acreditar que os homens comuns como nós, sejam capazes, de uma hora para outra, num piscar de olhos, de adquirir todo o conhecimento e a compreensão a respeito de tudo. E é exatamente isso que acontece. As pessoas que elegemos são obrigadas a legislar a respeito de tudo o que se passa na face da terra: como uma caixa de fósforos deve ou não ser feita, ou mesmo se o país deve ou não guerrear; como melhorar a agricultura, ou qual deve ser a melhor maneira para matar alguns árabes ou negros. É muito provável que se acredite que a inteligência destas pessoas cresça na mesma proporção em que aumenta a variedade dos assuntos com os quais elas são obrigadas a tratar. Porém, a história e a experiência mostram-nos o contrário. O poder exerce uma influência enlouquecedora sobre quem o detém e os parlamentos só disseminam a infelicidade. Nas assembléias acaba sempre prevalecendo a vontade daqueles que estão, moral e intelectualmente, abaixo da média. Votar significa formar traidores, fomentar o pior tipo de deslealdade. Certamente os eleitores acreditam na honestidade dos candidatos e isto perdura enquanto durar o fervor e a paixão pela disputa. Todo dia tem seu amanhã. Da mesma forma que as condições se modificam, o homem também se modifica. Hoje seu candidato se curva à sua presença; amanhã ele o esnoba. Aquele que vivia pedindo votos, transforma-se em seu senhor. Como pode um trabalhador, que você colocou na classe dirigente, ser o mesmo que era antes já que agora ele fala de igual para igual com os opressores? Repare na subserviência tão evidente em cada um deles depois que visitam um importante industrial, ou mesmo o Rei em sua ante-sala na corte! A atmosfera do governo não é de harmonia, mas de corrupção. Se um de nós for enviado para um lugar tão sujo, não será surpreendente regressarmos em condições deploráveis. Por isso, não abandone sua liberdade. Não vote! Em vez de incumbir os outros pela defesa de seus próprios interesses, decida-se. Em vez de tentar escolher mentores que guiem suas ações futuras, seja seu próprio condutor. E faça isso agora! Homens convictos não esperam muito por uma oportunidade. Colocar nos ombros dos outros a responsabilidade pelas suas ações é covardia. Não vote! Elisee Reclus. Tradução de Mario Bresighello
30 de set. de 2010
29 de set. de 2010
[AÇÃO] Plantas Medicinais - PARTE 3
AROEIRA - Schinus molle, L.
Adstringente, tônica. Útil nas feridas, tumores e inflamações. Utilizada contra reumatismo e ínguas. Anti-nevrálgica.
ARRUDA - Ruta graveolens
Menstruação escassa, vermífuga, calmante. Contra pediculose.
ARTEMÍSIA - Artemisia vulgaris
Tônico, calmante, digestivo, antiespasmódico, vermífugo e regulador da menstruação. Não deve ser usada crua porque, nesse estado, é tóxica. Também não deve ser consumida durante a gravidez.
ASSA PEIXE - Boehmeria arborescens
Combate gripes fortes, bronquites, tosses rebeldes. Expectorante.
Utiliza-se sob a forma de chás ou sob a forma de sucos contra casos de pneumonia.
BANCHÁ - Thea sinensis
Contra vômitos da gravidez e indigestão. Diurético, sudorífico. Evita resfriado e acelera a circulação sanguínea e atividade cerebral.
Escrito por Arte e Rua Coletivo 0 Pitacos
Marcadores: ação, ecologia, Plantas Medicinais
28 de set. de 2010
[ARTES PLÁSTICAS] Eco-Arte
Escrito por Arte e Rua Coletivo 0 Pitacos
Marcadores: anarquia, Artes Plásticas, Pintura, revolta
27 de set. de 2010
[ARTES PLÁSTICAS] Canvas
Escrito por Digu 0 Pitacos
Marcadores: graffiti, Griff Art Wear, Pintura, trabalho
2 de set. de 2010
26 de ago. de 2010
[AÇÃO] 22 de Setembro - Dia Mundial Sem Carro
8 de jul. de 2010
[SHOW] Senso Incomum
Escrito por Arte e Rua Coletivo 0 Pitacos
Marcadores: Conhecimento livre, eletrons bean records, música, Música Eletrônica, Shows, vinhetas
3 de jul. de 2010
[NEWS] Festival PISPALA NEGRA (Finlândia)
Festival Contra-Cultural Anarquista Pispala Negra em Tampere O Festival Contra-Cultural Anarquista Pispala Negra será realizado este ano durante a segunda semana de julho, do dia 8 ao dia 11. As atividades estão programadas para estarem acontecendo em vários lugares de Pispala: Centro Social Hirvitalo, Kurpitsatalo, Vastavirta-klubi e Pub Kujakolli. A extensa programação do festival irá focar particularmente sobre a análise do planejamento e organização anarquista, bem como a troca de habilidades através de oficinas relacionadas ao uso de plantas locais, primeiros socorros e outras coisas. As discussões sobre organização serão destinadas a providenciar uma perspectiva dos projetos anarquistas atuais e do passado, e também servirão para iniciar planos para atividades futuras e esforços cooperativos. Durante o festival será apresentado o projeto já em andamento de uma comunidade anarquista chamado “Anarchy in Karelia!”. Algumas oficinas irão apresentar diferentes projetos e discutirão maneiras nas quais a organização pode acontecer em situações distintas. Estamos convidando pessoas envolvidas em projetos passados e atuais para compartilhar suas experiências. Além das oficinas haverá comida, festividades e shows, algumas das quais serão grátis e não terão limite de idade. A programação também abarcará as crianças e seus pais. Iremos também fazer o melhor para providenciar cuidados infantis durante as oficinas. Uma feira do livro será realizada durante o festival, e todas as distribuidoras e vendedores de literatura serão muito bem-vindos. Há ainda uma sala para oficinas e outros eventos. Acomodações estarão disponíveis em vários lugares. Por favor, nos comunique caso você precise de um lugar para ficar; além disso, mencione também sobre qualquer pedido especial ou informação importante: se você estará acompanhado de animais ou crianças, alergias, etc. A programação em inglês do festival pode ser vista aqui: › http://takku.net/article.php/ Fonte: Agêcia de Notícias Anarquistas
Escrito por Arte e Rua Coletivo 0 Pitacos
Marcadores: ação, anarquia, Conhecimento livre
29 de jun. de 2010
[SHOW] Senso Incomum
Escrito por Arte e Rua Coletivo 0 Pitacos
Marcadores: ação, Documentários, música, Música Eletrônica
25 de jun. de 2010
[FOTOS] Chico Taboas & Guilherme Romão
Escrito por Arte e Rua Coletivo 1 Pitacos
Marcadores: Fotografia, música, Rio de Janeiro
22 de jun. de 2010
[NEWS] Arroz Transgênico, entenda mais!
Entenda o que está em jogo
Dentro de poucos dias o Brasil pode se tornar a cobaia do mundo, ao permitir o plantio e o consumo de arroz transgênico não aprovado em nenhum país..
O pedido da empresa alemã Bayer está praticamente pronto para ser votado pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio. Trata-se do Arroz Liberty Link LL 601, resistente ao herbicida glufosinato de amônio (processo 01200.003386/200379).
Neste caso, até os produtores e a Embrapa Arroz e Feijão estão contra. Parece que só a CTNBio está do lado da Bayer.
Arroz com herbicida – riscos para a saúde
A modificação genética torna o arroz resistente ao herbicida de princípio ativo glufosinato de amônio e nome comercial Basta ou Finale (ambos da Bayer). Ou seja, não há nenhum benefício para o consumidor. Pelo contrário. Com a resistência ao agrotóxico, a pulverização se dará sobre toda a lavoura, inclusive sobre o próprio arroz, que não morrerá, mas absorverá o veneno, que irá também para os grãos.
O glufosinato é considerado tóxico para mamíferos e por este motivo será proibido na União Europeia a partir de 2017 por determinação do Parlamento Europeu [1]. Pesquisadores japoneses mostraram que a substância pode dificultar o desenvolvimento e a atividade do cérebro humano, provocando convulsões em roedores e humanos [2].
A Bayer é a empresa que mais vende agrotóxicos no Brasil e sua aposta no arroz transgênico visa ampliar ainda mais esse mercado. A venda casada com o glufosinato reforça a posição do Brasil como principal destino de produtos tóxicos não mais aceitos em outros países [3].
Problemas agronômicos – a posição da Embrapa
Em audiência pública, o pesquisador Flávio Breseghello, da Embrapa Arroz e Feijão, apresentou a posição oficial “autorizada pela presidência”, frisando que a empresa não é contra os transgênicos e nem contra a modificação genética do arroz, mas que neste caso o produto da Bayer “agravará os problemas já existentes”. “Não devemos usar tecnologias que terão validade de poucas safras”, disse Breseghello.
O principal entrave técnico enfrentado pelos produtores de arroz é o controle do arroz vermelho, espécie ancestral do arroz comercial, que compete com a cultura. A preocupação é a constatação de que a planta transgênica inevitavelmente cruzará com sua parente vermelha, dando origem a arroz vermelho transgênico resistente a herbicida. O arroz vermelho pode germinar após mais de anos de dormência no solo. Segundo Breseguello, “a contaminação é irreversível” [4].
Problemas econômicos – a posição dos produtores
Na mesma audiência pública, os representantes dos produtores de arroz também manifestaram sua preocupação. Receiam perder mercado interno e externo caso a variedade seja liberada. “Considerando que não existe consumo corrente nem mercado global para o arroz transgênico, concluímos que a entidade não é favorável nesse momento à liberação”, disse Renato Caiaffo Rocha, em nome dos produtores reunidos na Farsul e na Federarroz e do Instituto Rio Grandense do Arroz – IRGA.
Contaminação inevitável
Mais de 7 mil produtores de arroz processam a Bayer nos Estados Unidos por prejuízos sofridos pela contaminação de suas colheitas pelo arroz Liberty Link. A Justiça estadunidense já determinou o pagamento de mais de 50 milhões de dólares como indenização por danos materiais. A Justiça do estado de Arkansas determinou também indenização por danos morais por entender que houve má fé por parte da empresa [5].
Entre 1999 e 2001 a empresa realizou nos Estados Unidos testes de campo com o arroz modificado, mas não chegou a propor sua liberação comercial. A contaminação só foi descoberta cinco anos após a conclusão dos experimentos, quando o mercado europeu suspendeu as importações do produto. O Japão seguiu o mesmo caminho. Na ocasião, a empresa eximiu-se de qualquer responsabilidade pelo ocorrido, alegando tratarse de “circunstâncias inevitáveis, ato de Deus e negligência dos agricultores” [6].
Recentemente, um representante da Bayer no Brasil afirmou que o problema não está na contaminação, mas sim no fato de ela não estar prevista e regulamentada pelas leis de biossegurança. Para André Abreu, enquanto permanecer um regime de intolerância (sic) em relação à contaminação, problemas como esse continuarão acontecendo [7].
Falta transparência
Muitos questionamentos foram apresentados por pesquisadores, produtores e representantes da sociedade civil na audiência pública realizada em março de 2009, mas até hoje nenhum deles foi respondido. Não se sabe, por exemplo, o que a empresa pretende fazer para evitar a contaminação do arroz comum nem qual o nível previsto de resíduo de agrotóxico no grão. A CTNBio nega acesso aos dados apresentados pela empresa. Essa falta de transparência é prejudicial à participação da sociedade, à biossegurança e à saúde pública.
Falta isenção – a avaliação pela CTNBio
Até hoje a CTNBio aprovou todos os pedidos a ela submetidos. Nunca recusou nenhum. Suas decisões ocorrem por maioria simples, isto é, 14 de 27 votos.. Cabe destacar que é grande a controvérsia técnica dentro da própria Comissão. O melhor exemplo está no fato de que até hoje todas as aprovações tiveram votos contrários fundamentados dos ministérios da Saúde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Agrário. Anvisa e Ibama apresentaram formalmente recursos técnicos contra as liberações dos milhos LL da Bayer, MON810 da Monsanto e Bt 11 da Syngenta, mas o governo Lula delegou à CTNBio a decisão. Pior para todos nós que teremos produtos contendo esses milhos transgênicos, apesar da discordância da ANVISA e do IBAMA.
A falta de imparcialidade começa pelo próprio presidente da Comissão, que ao assumir o cargo no início deste ano já se declarou favorável à liberação do arroz transgênico [8], contra a rotulagem dos produtos [9] e a favor da exclusão do monitoramento dos impactos à saúde dos transgênicos. Antes de ser presidente, para defender a soja transgênica da Monsanto, Edílson Paiva, falando do glifosato usado na soja da Monsanto, chegou a dizer que os “humanos poderiam até beber e não morrer porque não temos a via metabólica das plantas” [10].
Alterações genéticas imprevistas
O método de transformação utilizado para o arroz Liberty Link foi o da aceleração de partículas (biolística). A biolística é um método de transferência direta que consiste em projetar transgenes dentro das células alvo através de partículas de ouro ou tungstênio cobertos com moléculas de DNA recombinante (transgenes) aceleradas por um sistema de propulsão por hélio. Neste método, há total descontrole do local da inserção dos transgenes nas células e genoma vegetal. O transgene pode tanto ser inserido no genoma nuclear quanto no DNA de organelas. Além disso, o número de transgenes também não é controlado. Várias partículas podem integrar-se no genoma e em diferentes lugares. Finalmente, a integridade do transgene (sua sequência genética) também pode não ser mantida, ou seja, o transgene pode integrarse no genoma de forma truncada, com deleções ou ainda com inserções de fragmentos de DNA da própria célula entre os transgenes.
No caso do arroz LL, nenhum estudo cientificamente robusto foi apresentado pela proponente a fim de confirmar o que foi inserido. Isto significa que sequer temos a certeza do que foi inserido, muito menos das conseqüências.
Durante a audiência pública, um participante mencionou a possibilidade de ter ocorrido deleção de um nucleotídio (Adenina) no local de regulação da expressão da proteína que confere a tolerância ao herbicida glufosinato de amônio. Posteriormente à audiência, a empresa admitiu a deleção, afirmando haver a alteração de um aminoácido na proteína. Essa alteração significa que a proteína produzida pelo arroz difere daquela produzida naturalmente pela bactéria Streptomyces, doadora do gene. No entanto, nenhum estudo foi apresentado a fim de investigar possíveis efeitos adversos na saúde humana e meio ambiente resultantes dessa alteração não intencional.
Ou seja, além da incerteza do que foi realmente inserido, ignora-se uma alteração genética detectada, mas não esperada. A proteína não perdeu a sua função de conferir a tolerância ao herbicida, mas pode gerar riscos não analisados.
A decisão está nas mãos do governo Lula
A Lei de Biossegurança (Lei 11.105/05) criou uma instância acima da CTNBio, o Conselho Nacional de Biossegurança, formado por 11 ministros e presidido pela Ministra Dilma Rousseff. O CNBS tem o poder de dar a última palavra em relação a uma liberação comercial de transgênico no país. Até o momento, a atuação do CNBS foi lamentável: deu razão à CTNBio e autorizou a liberação dos três milhos transgênicos que a ANVISA e o IBAMA recomendaram que não fossem autorizados.
A liberação do arroz LL tem também implicações econômicas bem graves, estando as principais entidades representativas dos produtores contra (Farsul, Federarroz e Instituto Rio Grandense do Arroz – IRGA). Como vai se posicionar o governo Lula: a favor da Bayer ou do Brasil?
Assinam este documento:
AAO Associação de Agricultura Orgânica, ABRANDH – Ação Brasileira pela Nutrição e Direitos Humanos, ACANAssociação Catarinense de Nutrição, AEPAC Associação Estadual dos Pequenos Agricultores Catarinenses, ANAArticulação Nacional de Agroecologia, ANAC – Associação Nacional de Agricultura Camponesa, ANPA Associação Nacional dos Pequenos Agricultores, APATO Alternativas para a Pequena Agricultura no Tocantins, APPAAssociação Paranaense de Pequenos Agricultores, ARPA Associação Riograndense de Pequenos Agricultores, AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia, Cooperfumos Cooperativa Mista de Fumicultores do Brasil Ltda.,CONESANGO Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional de Goiás, CONSEASC Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional de Santa Catarina, CPCPR Cooperativa Mista de Produção e Comercialização Camponesa do Paraná Ltda., CPCRS Cooperativa Mista de Comercialização Camponesa do Rio Grande do Sul Ltda., FASE Federação de Órgãos para a Assistência Social e Educacional, FBSSAN Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, FEAB Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil, FESANSMS Fórum Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável do Mato Grosso do Sul, FNECDC Fórum Nacional das Entidades Civis de Defesa do Consumidor, FOSANES Fórum de Segurança Alimentar e Nutricional do Espírito Santo, IDEC Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, Instituto Cultural Padre Josimo, MAB Movimento dos Atingidos por Barragens, MMC Movimento de Mulheres Camponesas, MPA Movimento dos Pequenos Agricultores,MST Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, PJR Pastoral da Juventude Rural, RECIDGO Rede de Educação Cidadã de Goiás, Terra de Direitos, Via Campesina.
Notas:
[1] EU Environment Ministers Keep Bans on Transgenic Maize. Environment News Service (ENS). http:// www.ensnewswire. com/ens/mar2009/2009030201. asp
[2] Nobuko Matsumura, Chizuko Takeuchi, Keiichi Hishikawa,Tomoko Fujii, Toshio Nakaki. Glufosinate ammonium induces convulsion through N-methyl-d-aspartate receptors in mice. Neuroscience Letters 304 (2001) 123125.
[3] Brasil é o principal destino de agrotóxico banido no exterior. O Estado de São Paulo, 30 de maio de 2010.
[4] A transcrição da audiência pública realizada em 18 de março de 2009 está disponível na página eletrônica da CTNBio, no endereçohttp://www.ctnbio.gov.br/index.php/content/view/13289.html
[5] Bayer ordered to pay farmer $1 million is tab for modified rice. Arkansas DemocratGazette, 10/03/2010.http://www.allbusiness.com/legal/tortsdamages/ 140796811. html ; Bayer to pay $1.5 mln in 2nd lawsuit over GM rice, Reuters, 05 de fevereiro de 2010. http://www.reuters.com/article/idUSLDE61421W20100205 e GM rice litigation: defense. Delta Farm Press, 04 de maio de 2010.http://deltafarmpress.com/rice/gmricelitigationdefense0504/
[6] Firm Blames Farmers, 'Act of God' for Rice Contamination. Washington Post, 22 de novembro de 2006.http://www.washingtonpost.com/wpdyn/ content/article/2006/11/21/AR2006112101265.html
[7] Mesa redonda sobre arroz transgênico. CTNBio, 19 de maio de 2010, Brasília.
[8] Novo presidente da CTNBio defende arroz transgênico. O Estado de São Paulo, 11 de fevereiro de 2010.http://www.estadao.com.br/noticias/geral,novopresidentedactnbiodefendearroztransgenico, 509722,0.htm
[9] Novo presidente da CTNBio se diz contra rotular transgênico. Folha de São Paulo, 11 de fevereiro de 2010.http://www1.folha.uol.com..br/folha/ciencia/ult306u692636.shtml
[10] Avanço da soja transgênica amplia uso de glifosato. Valor Econômico, 24 de abril de 2007.
Fonte:
AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia
http://www.aspta.org.br/
21 de jun. de 2010
[VIDEO] Grito Popular #008
Escrito por Arte e Rua Coletivo 0 Pitacos
Marcadores: eletrons bean records, Grecia, vídeos
18 de jun. de 2010
[SHOW] Chico Taboas & Guilherme Romão
Escrito por Arte e Rua Coletivo 0 Pitacos
Marcadores: música, Rio de Janeiro, vinhetas
8 de jun. de 2010
[VIDEO] Grito Popular #007
23 de mai. de 2010
[VIDEO] Grito Popular #006
Escrito por Digu 0 Pitacos
18 de mai. de 2010
[VIDEO] Grito Popular #005
14 de mai. de 2010
11 de mai. de 2010
[SHOW] Hardcore IN
Escrito por Arte e Rua Coletivo 0 Pitacos
Marcadores: eletrons bean records, música, Rock, Shows
9 de mai. de 2010
[VIDEO] Grito Popular #004
A Edição #004 do Web Jornal "GRITO POPULAR", um jornal que traz noticias não publicadas pela midia convencional, e informações sobre bandas do meio Independente.
É mídia independente e Música Independente publicadas em um Jornal que você pode acessar pelo youtube ou pelo blog: www.arteerua.blogspot.com
Na Edição #003:
- Flúor - Remédio ou Veneno?
- Banda Draw The Line - Straight to Hell
Dê sua opinião, e indique pautas, corrija-nos, critique, elogie, afinal é espaço aberto. O conteúdo dos vídeos foi todo retirado da internet, quem quizer baixar as edições, existem alguns programas disponíveis para fazer download de vídeos direto do youtube. Caso necessitem em melhor qualidade entrem em contato pelo arteerua@gmail.com.
www.youtube.com/eletronsbeanrecords
www.arteerua.blogspot.com
Copyleft: All Rights Reversed
Escrito por Digu 0 Pitacos
Marcadores: eletrons bean records, música, vídeos
8 de mai. de 2010
[NEWS] Grécia - Podemos!
Ninguém, absolutamente ninguém das centenas de milhares dos e das manifestantes que estávamos hoje nas ruas da Grécia sabe como começar a escrever uma noticia sobre o que hoje significa e é para a Grécia tudo isso. Por onde começar? Pelos momentos da manhã em que um rio raivoso de manifestantes percorreu todas as cidades da Grécia? Pelo cerco militar (porque exército aqui são os corpos policiais) que sofre a cidade de Atenas nestes momentos da noite, com a polícia invadindo com toda a sua barbaridade as ruas, as ocupações, os cafés de Exarchia, os locais da juventude, as sedes de grupos políticos, as casas? Pela morte trágica dos três empregados do Banco Marfin, que selou este dia que era tão decisivo para o povo grego (e os outros povos europeus); um dia tão importante porque ao fim a raiva saiu às ruas em manifestações tão multitudinárias que nem no Dezembro de 2008 havia vivido a Grécia? Quiçá, quando se perdem três vidas é justo que isto seja a noticia a destacar. Mas não é justo - e mais que isso: é mesmo imoral - o que desde há algumas horas o governo grego está fazendo e sua polícia, os políticos dos grandes partidos e os seus massivos meios de comunicação estão fazendo, aproveitando-se da trágica morte dos três empregados do Banco Marfin, fazem uma "caça às bruxas", culpando todo um povo que se recusou a aceitar as ordens dos de cima que o condenam a uma vida sem futuro digno e sem esperança. A pergunta “O quê ou quem obrigou os empregados do Banco Marfin a trabalhar enquanto percorria a rua Stadíou uma manifestação multitudinária e raivosa, com a sua ira concentrada nos bancos?”, circula na boca de todos e de todas. A resposta é fácil: o mesmo sistema que, amanhã, vai obrigar a todas e todos a baixar a cabeça pelo medo de perder o seu trabalho precário. Muito poderíamos dizer (e já se disse aqui) sobre as condições da morte das três pessoas que a direção do banco proibiu de sair do trabalho deixando-os encerrados num edifício onde não havia saída de emergência e não funcionavam os sistemas de segurança contra incêndios. Neste momento limitamo-nos a traduzir um fragmento do comunicado do Sindicato dos Empregados Bancários que decretou uma greve para amanhã (6 de maio) nos bancos: “...o que ceifou as vidas dos nossos companheiros de trabalho é a conseqüência trágica das medidas antipopulares que aumentaram a revolta do povo e o protesto de centenas de milhares de trabalhadores. Os responsáveis terão de pagar com toda a severidade. Mas também existem autores morais deste delito... que estão na política do governo, nas ações da polícia e nos Diretórios dos Bancos que chantageiam os empregados e não lhes permitem a participação nas moblizações e os quais com uma irresponsabilidade incrível nunca tomam as medidas necessárias nas sucursais bancárias que sempre são os objetivos da revolta em todas as marchas obreiras e nas manifestações”. Hoje tudo era possível... É impossível que alguém possa fazer retroceder o tempo e regressar aos momentos anteriores às 2h30, em que se deu a conhecer a morte das três pessoas. Mas aqueles momentos existiram. E eram momentos magníficos. E também devemos contá-los. Devemos informar e comunicar a todo o planeta porque hoje na manifestação de Atenas jogou-se o futuro de um povo inteiro. Se não tivesse passado o que se passou, amanhã o Parlamento grego - quem sabe, ninguém o sabe - não ia PODER votar a favor do acordo com o FMI. Tudo estava em aberto hoje: as pessoas caminhavam decididas a cercar o Parlamento, ficar todo o dia e toda a noite nas ruas para pressionar tudo que fizesse falta, estavam decididas a tentar invadir, uma e duas ou três vezes o Parlamento. Era como um gigante adormecido despertasse de repente e nem a repressão nem os gases lacrimogêneos poderiam impedi-lo. Caminhavas pela manifestação e por todos os lados se respirava esta decisão: “não vai passar”. Não era um slogan, era uma decisão O slogan “se não podem governar, vão se embora já, vão se fuder”, escutava-se de pessoas de quem nem se esperavas e se transmitia como um raio por toda a manifestação levantando uma onda de entusiasmo que somente podes viver quando a multidão nas ruas está em sintonia, como um coração coletivo. Tudo estava em aberto e era possível hoje, porque quem estava nas ruas já sentia que o medo de estar ali já era coisa do passado. E não é pouco isto: já passaram seis meses inteiros que dia a dia, momento a momento, minuto a minuto, nos impregnavam, gota a gota, o medo. Dormíamos cada noite com raiva, com um nó na garganta - porque já conhecíamos a hipocrisia -, e despertávamos com o medo no coração. Porque não conhecíamos o que viria com o amanhecer: íamos amanhecer com os bancos fechados? Com os nossos salários e economias roubados? Com o país em quebra? Não conhecíamos como ia amanhecer o dia para nós. Para cada um e cada uma e para um povo inteiro. E putos de tantas análises sobre os motivos da crise, chateados pelos números dos milhões de milhões de euros, nos despertamos um dia dando-nos conta que nós - os de baixo - íamos pagar a conta dos de cima. Era, e é, tão simples e tão terrível: o FMI e países da União Européia iam emprestar -EMPRESTAR - à Grécia tantos e tantos milhões de euros (140.000.000) a um interesse de 5%. Para a Grécia pagar a sua dívida aos bancos alemães, franceses, ingleses, gregos, espanhóis etc... por um interesse que superava os 7%. E isto tínhamos - teremos - que pagar nós: um povo humilhado a quem utilizam como cobaia para provar no seu corpo o que sobretudo lhes interessa: se podem fazer passar aos povos europeus - com leis e consenso adquirido pelo medo - a flexibilidade e a precariedade no trabalho. Para ganhar mais e mais. Assim, tão simples. E eles, os de cima, acreditavam que já tinham ganhado o jogo. Todavia não sabemos se ganharam, mas as manifestações de hoje na Grécia mostraram - e eles já sabem - que as “ovelhas-cobaias” PODEM desviar-se da sorte que lhes reservam os pastores: a do massacre. Hoje na Grécia tudo está aberto: se a manipulação pela desgraçada perda das três vidas lhes servirá - como querem - para impor, outra vez, o medo e o silêncio a sociedade, é o que veremos nos próximos dias. Nós continuaremos sem conhecer o que nos espera. Mas também conhecemos duas coisas, que as manifestações de hoje as gritaram: somos muitos os e as que não vamos ficar calados, somos muitos os que hoje superamos o medo. E: os e as que somos e que estamos aqui para inventar a resistência contra a onda de fascismo que nos impõem, necessitamos da solidariedade de cada um e de cada uma, de todos e todas na Europa e no mundo que sejam companheiros e companheiras. Trata-se da nossa vida, da nossa dignidade, da vossa vida e da vossa dignidade. Está em jogo o sonho comum: estamos num momento crucial. Vamos construir esse novo mundo? Passa a resposta também pela solidariedade (com o significado da palavra em grego: eu por ti, porque em ti confio e estou pronto para o que for preciso por ti, porque és meu irmão) e a irmandade. Hoje nas ruas sentimos que não somos indivíduos que dormimos e despertamos cada um com a sua raiva e os seus medos. Amanhã necessitamos de todos e de todas nesta luta que será longa... SÓS NÂO PODEMOS! A manifestação em Atenas começou pela manhã, às 11h. Haviam-se convocado quatro concentrações diferentes. O PAME (“Frente” controlada pelo Partido Comunista KKE) em Omonia, os sindicatos oficiais GSSE e ADEDY em Pedío Areos, várias organizações de esquerda e anarquistas e os sindicatos de base no Museu Nacional e na Praça de Victoria, organizações e sindicatos anarquistas. Muito cedo, já desde às 11h30, ficou claro que não iriam existir quatro manifestações diferentes, simplesmente porque era tanta gente que rapidamente as quatro concentrações se haviam unido numa só: desde Omonia até à Praça Victoria não cabia mais nem um alfinete. Com valorizações “mais ou menos”, era a maior manifestação que viveu Atenas desde há trinta anos, comparando-a as maiores, as manifestações nos primeiros aniversários da queda da ditadura. A polícia deixou passar em paz os manifestantes do PAME e os dos sindicatos oficiais, mas começou a cercar (literalmente) a manifestação quando desfilavam os sindicatos de base, as organizações de esquerda e do espaço anarquista. Por volta das 13h30 a tensão subiu ao pico porque toda a gente, até a que desfilava com os sindicatos oficiais, estava furiosa e o objetivo da sua raiva era a polícia. Os gases lacrimogêneos transformaram uma vez mais o centro de Atenas num inferno. Mas as pessoas insistiam: vamos ao Parlamento. A manifestação se dispersou uma e outra vez pela repressão, mas a gente não saía e se concentrava outra vez. Por fim formou-se uma concentração que começou a caminhar passando outra vez pela Omonia e pela rua Stadíou. Íamos para o Parlamento quando se deu a conhecer a noticia dos três mortos. Não saiu ninguém. Uma manifestação silenciosa, raivosa - e paralisada - até às 17h quando foi invadida por um exército de motocicletas policiais e um exército de agentes antidistúrbios. Tantos que até os jornalistas dos canais de televisão gritavam que “isto nem nos filmes temos visto, nos atacam a todos por todos os lados, é um exército”. E era um exército. Que se espalhou por todo o centro. Proibiram-se de passar as pessoas nas ruas centrais. Proibiu-se. Assim, sem mais nem menos. Tinhas que caminhar como quatro quadras para encontrar uma rua aberta para chegar a sua casa. Apareceu na televisão o primeiro-ministro, esse Giorgos Papandreou para culpar os “desobedientes e a sua violência”. Sem deixar de recordar-nos que temos que cumprir as ordens, pois, o seu governo, o FMI e a UE têm como único objetivo “salvar” a Grécia. Todos os demais que não queremos esta “salvação” somos responsáveis - segundo o primeiro-ministro - da morte trágica dos três empregados do Banco Marfin. Segundo o primeiro-ministro, segundo o senhor Samaras (Presidente do Partido da Nova Democracia) e segundo o senhor Bgenopoulos - proprietário do Banco Marfin, o homem que nos últimos anos domina a vida econômica do país, proprietário de bancos, iates e da Olympic Airlines que lhe entregou o Estado grego faz alguns meses... - todos e todas somos culpados e “cúmplices” se não consentimos no que, sobretudo é: a “salvação da pátria”. Desculpem se este escrito segue sem a coerência devida. Há momentos em que ninguém sabe por onde começar e onde terminar. Vivemos um desses momentos na Grécia. E necessitamos de vocês. SÓZINHOS E SÓZINHAS NÃO PODEMOS seguir com a esperança que hoje encheu as ruas da Grécia. Desde a Grécia... Atenas, 5 de maio de 2010. Tradução > Liberdade à Solta agência de notícias anarquistas-ana Brisa de outono Jorge Lescano
Como flechas de sombras
Os pássaros voltam.