Seis policiais militares que, na madrugada de sábado, invadiram a casa de Carlos Rodrigues Júnior, de 15 anos, no bairro Mary Dota, em Bauru (SP), foram presos em flagrante por homicídio e encaminhados ao presídio militar Romão Gomes, na cidade de São Paulo. Os fatos ocorreram por volta das 3h30, quando três viaturas chegaram à casa do garoto, suspeito de ter furtado uma moto Honda NSX Bros.
Segundo a versão dos policiais, a casa foi aberta pela mãe do rapaz, Elenice Silveira Rodrigues, de 56 anos. Mas sua filha Deise, de 22 anos, disse que os policiais arrombaram o portão e uma janela e, quando sua mãe abriu a porta, invadiram a casa, dirigindo-se ao quarto onde se encontrava o garoto, que foi algemado e agredido, enquanto era chamado de "vagabundo".
Segundo Deise, ela e a mãe tentaram interferir, mas foram mandadas ficar caladas até que, meia hora depois, os policiais saíram do local levando Carlos desacordado e informando que o encaminhariam ao pronto-socorro, onde o jovem morreu logo após dar entrada.O tenente Roger Marcel Vitiver Soares de Souza, de 31 anos, que participava da ocorrência, relatou no inquérito que deixou dois soldados tomando conta do rapaz em seu quarto. Ele disse que foi acompanhar a vistoria no resto da casa e comunicar-se com o controle da PM para requisitar a presença de um perito para identificar um tijolo de maconha de 350 gramas, que teria sido encontrado no guarda-roupa, e pedir que um guincho removesse a motocicleta furtada, que estaria no quintal da casa, quando foi avisado que havia problema no local.
Lá chegando, encontrou o menor caído ao chão e molhado, e os soldados disseram que ele havia tido um mau-súbito, mas não sabiam explicar o ocorrido.
Ao mesmo tempo em que providenciou a remoção do jovem ao pronto-socorro, o oficial deu voz de prisão aos dois policiais e os encaminhou sob escolta ao 4º BPM/I, onde foi aberto o inquérito policial militar. Mais tarde, o comando decidiu prender todos os participantes da ocorrência.
Além do tenente, foram recolhidos o cabo Gerson Gonzaga da Silva, de 42 anos, e os soldados Emerson Ferreira, 35, Ricardo Ottaviani, 34, Maurício Augusto Delasta, 33, e Juliano Arcângelo Bonini, 34.
Gonzaga foi surpreendido quando guardava na viatura um fio com pontas desencapadas, supostamente usado para torturar a vítima.
Carlos Rodrigues Júnior foi sepultado ainda no sábado, às 21h30. O médico Ivan Segura, chefe da unidade regional do Instituto Médico Legal, disse que o corpo apresentava marcas de queimaduras provocadas por choque elétrico e hematomas resultantes de espancamento. O laudo oficial será divulgado nesta segunda-feira.
Fonte: Uol.com.br
Texto: Jair Aceituno
Fotos: Google images
Nenhum comentário:
Postar um comentário